Ataque suicida devasta igreja em Damasco e deixa ao menos 15 mortos
Um atentado de grandes proporções abalou a capital da Síria na manhã deste domingo (22), quando um homem-bomba atacou a igreja Mar Elias, no bairro de Dweil’a, região periférica de Damasco. Segundo equipes de resgate e fontes locais, o ataque ocorreu durante a missa dominical e deixou ao menos 15 mortos e dezenas de feridos, entre fiéis e funcionários do templo.
De acordo com informações apuradas por agências internacionais e organizações de monitoramento da guerra civil síria, o agressor teria entrado no local armado, disparado contra os presentes e, em seguida, acionado um explosivo preso ao corpo, causando destruição e pânico entre os frequentadores. O episódio marca um dos atentados mais violentos na capital síria nos últimos anos, num país que vive um frágil período de reconstrução após mais de uma década de conflitos.
Uma nova ameaça à estabilidade
Embora ataques de militantes extremistas ainda ocorram em regiões do interior da Síria, sobretudo no norte e leste, ações desse tipo eram cada vez mais raras na capital. O retorno desse padrão de violência acende o alerta internacional sobre a atuação renovada de grupos jihadistas, em especial facções locais que juraram lealdade ao autoproclamado Estado Islâmico (EI).
O Ministério do Interior sírio, em comunicado oficial, afirmou que a autoria do atentado já está sob investigação, mas indícios apontam ligação direta com uma célula do EI que atua de forma clandestina em áreas urbanas. O governo também prometeu reforçar a segurança em locais religiosos, especialmente igrejas e mesquitas.
Igreja histórica vira alvo
A igreja Mar Elias é uma das mais tradicionais da comunidade cristã síria. Localizada numa área que já foi considerada relativamente segura, o templo costuma reunir centenas de fiéis em datas religiosas e celebrações semanais. Imagens divulgadas por agências internacionais mostram o interior do local parcialmente destruído, com bancos quebrados, destroços e manchas de sangue em meio a crucifixos e velas.
Muitos moradores relataram que o barulho da explosão foi ouvido a vários quarteirões de distância. "A missa havia começado há poucos minutos quando ouvimos os disparos. Em seguida, tudo ficou em silêncio e veio a explosão. Foi uma cena de horror", relatou um morador à agência AFP, pedindo anonimato por segurança.
Cristãos na Síria: entre a fé e a sobrevivência
O atentado reforça a sensação de vulnerabilidade da comunidade cristã na Síria, uma das mais antigas do Oriente Médio. Com a guerra civil iniciada em 2011, milhões de sírios foram deslocados, e grande parte das famílias cristãs abandonou o país por medo da perseguição religiosa.
Grupos extremistas, como o Estado Islâmico e a Al-Nusra, já foram responsáveis por sequestros, execuções públicas e destruição de igrejas durante o auge do conflito. Nos últimos anos, líderes cristãos tentam reorganizar suas comunidades locais, mas o atentado deste domingo representa um duro golpe nessa tentativa de reconstrução.
Reações internacionais e próximos passos
A repercussão do ataque chegou rapidamente à comunidade internacional. Organizações de direitos humanos condenaram o atentado, enquanto igrejas ao redor do mundo expressaram solidariedade às vítimas. O Vaticano, por meio de comunicado, classificou o episódio como um "ato covarde de intolerância religiosa".
Especialistas em segurança alertam para a possibilidade de novos atentados semelhantes, já que células extremistas têm se reagrupado em países do Oriente Médio, explorando a fragilidade política e econômica da região.
O governo sírio prometeu abrir uma investigação completa para identificar os responsáveis e seus possíveis cúmplices. Enquanto isso, familiares enterram seus mortos e líderes religiosos convocam dias de oração por paz e proteção.
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