Não é preciso ser pastor para batizar: “João Batista não era” sugere Pr Jairo Manhães

Daftar Isi
O pastor e cantor Jairo Manhães, bastante conhecido no meio gospel — especialmente por seu casamento com a também cantora Cassiane —, movimentou as redes sociais ao compartilhar uma reflexão que gerou intenso debate: é realmente necessário ser pastor para batizar alguém?

A declaração veio à tona em uma publicação onde Manhães destacou o exemplo de João Batista, personagem bíblico fundamental no Novo Testamento. Segundo ele, João realizava batismos sem ser pastor ou ligado à estrutura formal de uma igreja. “João não era pastor, e ainda assim batizava. O chamado de Deus vem antes da instituição”, declarou o pastor em tom enfático.

A autoridade para batizar: função ou vocação?

A fala de Jairo não apenas provocou reações de seus seguidores, mas também reacendeu uma discussão antiga e sensível no meio evangélico: quem, afinal, tem autoridade para batizar? É um tema que envolve questões doutrinárias, teológicas e até institucionais.

De um lado, há quem defenda que apenas ministros ordenados — como pastores, presbíteros ou diáconos — devem realizar batismos, por se tratar de uma ordenança sagrada. Do outro, há um número crescente de vozes, especialmente entre igrejas pentecostais e missões evangélicas, que enxergam o batismo como uma expressão da fé e da obediência ao chamado de Deus — e, portanto, não limitado à liderança eclesiástica.

Redes sociais divididas com a declaração

Nas redes, a fala dividiu opiniões:

“Concordo plenamente! Deus chama quem Ele quer. O importante é a fé e a obediência, não o título”, comentou uma seguidora.

Já outro internauta ponderou: “Mas e a ordem e decência na igreja? Não podemos banalizar as coisas espirituais”.
É justamente nesse ponto que a discussão se aprofunda: até que ponto a liberdade espiritual pode ser exercida sem romper com a ordem estabelecida dentro das denominações?

O que diz a Bíblia sobre quem pode batizar?

O Novo Testamento não traz uma regra explícita dizendo que somente pastores podem batizar. Pelo contrário, o livro de Atos mostra que apóstolos, diáconos e até missionários recém-convertidos participaram da prática. O próprio Jesus, ao ordenar o batismo em Mateus 28:19 (“Ide e fazei discípulos... batizando-os...”), parece delegar a missão a todos os que seguem o Evangelho.

Entretanto, igrejas tradicionais interpretam esse texto à luz da organização pastoral, entendendo que o ato do batismo deve ocorrer sob supervisão da liderança, como forma de preservar a doutrina e o testemunho público.

Como outras denominações lidam com isso?

Católicos permitem que leigos batizem apenas em situações de emergência, como risco de morte.
 

Igrejas ortodoxas mantêm o batismo exclusivamente para o clero.


Já muitas igrejas evangélicas independentes permitem que qualquer membro autorizado, ou até mesmo o discipulador do novo convertido, realize o batismo.

Essa variedade mostra que não há consenso absoluto, mesmo entre cristãos que compartilham da mesma fé.

A importância da preparação e do contexto

Independentemente de quem batiza, a maioria dos líderes concorda que o batismo exige preparo, tanto de quem o recebe quanto de quem o ministra. É um momento simbólico e espiritual profundo, que não deve ser tratado com leviandade.

Por isso, mesmo entre igrejas mais flexíveis, costuma haver orientação e treinamento para que os batizando entendam o significado bíblico e espiritual do que estão fazendo.  

Ao trazer o tema à tona, Jairo Manhães não propôs ruptura com a tradição, mas sim uma reflexão sobre o papel do chamado divino e a simplicidade da fé cristã. Em tempos em que a burocratização da fé tem afastado muitos da igreja, sua fala serve como convite ao diálogo: o que é essencial e o que é apenas estrutura humana?

O debate está lançado. E você, o que pensa sobre isso?

 

Postar um comentário