Priscilla descarta voltar ao gospel e explica por que escolheu liberdade artística
A cantora Priscilla – conhecida antigamente como Priscilla Alcântara – respondeu de forma clara e definitiva sobre um possível retorno à música gospel: não pretende voltar. Em entrevista recente à coluna F5 da Folha de S.Paulo, ela afirmou que “voltar para uma coisa, um lugar tão nichado, seria meio que dar um passo para trás”.
A trajetória até aqui: duas décadas de música
A carreira de Priscilla começou ainda criança, como apresentadora no SBT e artista gospel reconhecida. Embora tenha construído uma carreira sólida no meio evangélico, em 2021 ela anunciou oficialmente sua transição para a música pop e cancelou o uso do sobrenome “Alcântara” como sinal de uma nova fase.
Agora, aos 29 anos e celebrando 20 anos de trajetória com a turnê “PRISCILLA: Tudo É Música”, com shows lotados, ela reitera que não voltará ao repertório religioso. “Hoje eu coloquei minha arte num lugar de liberdade… Por muito tempo lutei para fazer minha arte livre de rótulos e nichos. Quero continuar inspirando pessoas, mas de um jeito muito mais livre”.
Por que não voltar ao gospel?
Segundo Priscilla, retomar o caminho gospel seria trancar sua expressão artística em um espaço limitado. O estilo gospel, mesmo tendo sido parte importante de sua vida, representava um nicho que já não correspondia à sua busca atual por versatilidade e autenticidade.
Ela explicou que a decisão vem de um desejo de se libertar de expectativas externas e romper com a sensação de ser moldada por rótulos religiosos. “Ser cristã é um pilar, um centro, base; ser artista é quem eu sou. As duas coisas estão no meu DNA”, disse em entrevista à Folha.
Mudanças visuais e ruptura simbólica
Em 2023, Priscilla apagou as publicações antigas e se apresentou oficialmente apenas como “PRISCILLA”. Na época, justificou que o sobrenome “Alcântara” representava expectativas que já não queria carregar. Essa atitude foi acompanhada por uma mudança radical no visual, adotando cabelo curto e ruivo, além de looks modernos e ousados.
Essa transformação visual simbolizou mais do que um novo estilo: foi um marco da busca por liberdade criativa e desconstrução de uma imagem moldada por padrões religiosos e midiáticos :contentReference[oaicite:7]{index=7}.
Fé continua, mas sem rótulo
Importante ressaltar: apesar da saída do gospel, Priscilla afirma categórica que ainda é cristã, e que sua fé permanece no centro de sua vida. Ela deixou claro que não depende de pastores ou instituições religiosas para afirmar sua relação com Deus.
Em outras entrevistas, ela confessou que chegou a nem gostar de algumas das músicas gospel que gravou, como no caso da canção viral “Espírito Santo”, lançada sem seu consentimento e que acabou definindo sua trajetória inicial — algo que posteriormente a incomodou.
Reações do público evangélico
Desde que anunciou a transição, Priscilla enfrentou críticas de parte da comunidade evangélica. Alguns líderes chegaram a acusá-la de apostasia, enquanto seguidores comentavam que ela “abandonou as coisas de Deus para viver o mundo”. Houve até campanha de oração por sua reconciliação com a fé institucional .
Por outro lado, pastores como Deive Leonardo defenderam que “o evangelho não nos dá direito de controlar a vida do outro”, ressaltando que a fé de Priscilla não deve ser julgada por sua escolha artística.
Além dos rótulos: arte, identidade e propósito
Priscilla deixou claro que entrou no mundo gospel muito cedo e que seguia expectativas externas, incluindo do pai. A famosa contou que nunca se sentiu totalmente à vontade com o gênero, mas decidiu se dedicar antes pelo caminho que se abriu para ela.
Hoje, ela deseja falar com um público mais amplo e ser autêntica sem abrir mão de sua fé. Suas músicas atuais incorporam diferentes estilos, do funk ao pop contemporâneo, sem se limitar ao segmento religioso.
E o que fica para a igreja evangélica?
Esse caso traz um alerta: a fé institucionalizada pode, às vezes, engessar talentos que Deus colocou para expressar Sua verdade de formas diversas. Para líderes evangélicos, é um desafio repensar como valorizar quem segue Cristo fora dos padrões convencionais.
Priscilla é um exemplo de que é possível manter a fé sem viver presa a convenções. A igreja precisa, talvez, aprender a reconhecer que a adoração não depende de rótulos, mas do caráter e do chamado de cada um.
Priscilla deixou o gospel, sim, mas não deixou a fé. Suas escolhas não significam renúncia espiritual, mas sim uma busca por autenticidade e alcance além do nicho religioso. Sua arte, agora livre de rótulos, continua a inspirar auditores — cristãos e não cristãos — com uma mensagem de liberdade e identidade.
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32)
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