Russell M. Nelson: o legado de fé e serviço do líder mórmon que partiu aos 101 anos
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Russell Nelson, 17º presidente da igreja Mórmon, em abril de 2019. — Foto: Rick Bowmer/AP |
O mundo cristão recebeu com pesar a notícia da morte de Russell Marion Nelson, presidente da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, ocorrida no último sábado, 27 de setembro de 2025, em sua residência em Salt Lake City, Utah. Aos 101 anos, Nelson deixa um legado de fé, inovação e serviço que marcou profundamente a história da igreja e inspirou milhões de fiéis ao redor do mundo.
Médico de formação e cirurgião cardíaco renomado, Nelson foi responsável pela primeira cirurgia de coração aberto em Utah e realizou mais de 7 mil procedimentos ao longo de sua carreira. Em 1984, foi ordenado apóstolo e, em 2018, tornou-se o 17º presidente da igreja, liderando com coragem e visão até seus últimos dias.
De cirurgião a profeta: uma trajetória de entrega
Nascido em 9 de setembro de 1924, Russell Nelson se destacou desde cedo por sua dedicação aos estudos e à medicina. Formado pela Universidade de Utah, participou da equipe que desenvolveu a máquina coração-pulmão artificial e serviu como médico na Guerra da Coreia. Sua carreira médica foi marcada por excelência técnica e compaixão humana.
Mas foi sua chamada espiritual que redefiniu sua trajetória. Em 1984, aos 59 anos, Nelson foi ordenado apóstolo e passou a integrar o Quórum dos Doze Apóstolos, órgão máximo da liderança da igreja. Em 2018, aos 93 anos, assumiu a presidência da instituição, tornando-se o líder mais longevo da história da denominação.
Transformações e expansão global
Durante seus quase sete anos como presidente, Nelson promoveu mudanças significativas na estrutura e na doutrina da igreja. Entre suas principais decisões estão:
- Fim do uso dos apelidos “Mórmon” e “SUD”, reforçando o nome oficial da igreja como expressão de sua identidade cristã.
- Revisão de políticas sobre famílias LGBTQ+, incluindo a revogação da norma que proibia o batismo de filhos de casais do mesmo sexo.
- Separação da Boy Scouts of America e criação de um programa próprio para jovens.
- Expansão global com mais de 200 novos templos anunciados, incluindo o primeiro na China e outros em Roma, África e América Latina.
Essas ações demonstram sua comprometida liderança com a missão evangelística da igreja e sua capacidade de adaptar estruturas sem perder os fundamentos da fé.
Uma vida familiar exemplar
Russell Nelson foi casado com Dantzel White, com quem teve dez filhos. Após o falecimento de Dantzel em 2005, casou-se com Wendy L. Watson em 2006. Ao todo, Nelson deixa 57 netos e mais de 167 bisnetos, sendo exemplo de dedicação à família e aos valores cristãos.
Em seus discursos, Nelson frequentemente exaltava o papel da família como “instituição divina” e incentivava os fiéis a viverem com amor, respeito e compromisso com os princípios do evangelho.
Últimos dias e sucessão
Nos dias que antecederam sua morte, Nelson recebeu visitas de filhos, netos e conselheiros da Primeira Presidência. Segundo comunicado oficial da igreja, “ele faleceu pacificamente em casa, cercado por amor e fé”.
A sucessão será conduzida pelo Quórum dos Doze Apóstolos, seguindo o protocolo de senioridade. O nome mais cotado para assumir a presidência é Dallin H. Oaks, de 93 anos, atual conselheiro sênior da Primeira Presidência.
Reflexão para os cristãos evangélicos
Embora a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tenha doutrinas distintas das igrejas evangélicas, a trajetória de Russell Nelson oferece lições universais de fé, serviço e liderança espiritual. Sua vida nos lembra que o chamado de Deus pode transformar qualquer profissão em ministério, e que a fidelidade ao Senhor é o maior legado que podemos deixar.
Para os cristãos evangélicos, é uma oportunidade de refletir sobre o papel da liderança espiritual em tempos de mudança, e sobre como o testemunho de vida pode impactar gerações. Nelson foi um homem que colocou sua fé em ação, e isso é algo que transcende denominações.
A morte de Russell M. Nelson marca o fim de uma era, mas seu legado permanece vivo na memória dos fiéis e na história da igreja. Sua vida foi um testemunho de que fé e ciência podem caminhar juntas, e que o serviço ao próximo é a expressão mais elevada do amor cristão.
Que sua partida nos inspire a viver com mais propósito, mais fé e mais dedicação ao Reino de Deus. Que possamos, como ele, ouvir o chamado do Senhor e responder com coragem e obediência.
“Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.” — 2 Timóteo 4:7
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