Baek Se Hee: a voz da dor silenciosa que tocou o mundo e agora descansa
![]() |
Foto: Reprodução/Instagram |
A escritora sul-coreana Baek Se Hee, autora do best-seller “Queria morrer, mas no céu não tem tteokbokki”, faleceu aos 35 anos. Sua obra, marcada por sinceridade e vulnerabilidade, impactou milhões ao abordar temas como depressão, ansiedade e o desejo de viver mesmo em meio à dor. Sua morte reacende reflexões sobre saúde mental, fé e esperança.
Uma autora que transformou dor em palavras
Baek Se Hee nasceu em Seul e se formou em Escrita Criativa. Trabalhou por cinco anos em uma editora antes de lançar, em 2018, o livro que mudaria sua trajetória: “Queria morrer, mas no céu não tem tteokbokki”. A obra, que mistura memórias e diálogos com seu psiquiatra, tornou-se um fenômeno editorial na Coreia do Sul e foi traduzida para mais de 25 idiomas.
Com mais de um milhão de cópias vendidas, o livro tocou profundamente jovens adultos que enfrentam batalhas internas silenciosas. Baek conviveu por cerca de uma década com distimia, uma forma crônica de depressão, e usou sua experiência para dar voz àqueles que sofrem em silêncio.
Uma despedida que salvou vidas
A causa da morte de Baek Se Hee não foi divulgada, mas sua partida foi marcada por um gesto de generosidade: ela doou coração, pulmões, fígado e rins, beneficiando cinco pessoas segundo a Agência Coreana de Doação de Órgãos.
Esse ato final reflete a essência de sua escrita — mesmo em meio à dor, ela escolheu a vida. Sua história nos lembra que há beleza em servir, mesmo quando se está quebrado.
O impacto espiritual de sua obra
Embora Baek não tenha se declarado cristã, sua obra ressoa com temas profundamente espirituais: o desejo de viver, a luta contra a escuridão interior e a busca por sentido. Para cristãos evangélicos, sua trajetória é um convite à empatia e ao cuidado com os que sofrem emocionalmente.
Jesus nos ensinou a “chorar com os que choram” (Romanos 12:15) e a estender a mão aos quebrantados. A literatura de Baek pode ser vista como um clamor por acolhimento, algo que a Igreja deve ouvir com atenção.
Saúde mental e fé: um diálogo necessário
Infelizmente, muitos cristãos ainda enfrentam tabus ao falar sobre depressão. A morte de Baek nos lembra que fé e saúde mental não são opostos. É possível crer em Deus e, ao mesmo tempo, buscar ajuda profissional, apoio emocional e tratamento adequado.
Pastores, líderes e irmãos em Cristo devem estar preparados para acolher com amor, ouvir sem julgamento e orientar com sabedoria. A dor emocional não é sinal de fraqueza espiritual, mas uma oportunidade de manifestar o amor de Deus.
O legado de Baek Se Hee para o mundo
- Humanizou a depressão e mostrou que quem sofre não está sozinho.
- Inspirou milhões a buscar ajuda e falar sobre seus sentimentos.
- Transformou sua dor em serviço, salvando vidas com sua doação de órgãos.
- Deixou uma obra que continuará tocando corações por gerações.
Como a Igreja pode responder a esse chamado
Baek Se Hee não viveu para ver o impacto eterno de sua obra, mas nós podemos continuar esse legado. A Igreja é chamada a ser refúgio para os cansados, abrigo para os aflitos e luz para os que caminham na escuridão.
Precisamos criar espaços seguros para que jovens possam falar sobre suas dores, sem medo de julgamento. Precisamos ensinar que Jesus é o Príncipe da Paz, mas também que Ele chorou, sofreu e se compadeceu dos que estavam em angústia.
A esperança que transcende a dor
A morte de Baek Se Hee é triste, mas seu legado é poderoso. Ela nos ensinou que mesmo em meio à dor, há beleza, propósito e possibilidade de cura. Como cristãos, somos chamados a ser instrumentos dessa cura, levando o amor de Cristo aos corações feridos.
“Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os de espírito abatido.” – Salmos 34:18
Postar um comentário