Dom de Línguas: Fé ou Delírio? Declaração de Karnal Provoca Reações no Meio Evangélico
Leandro Karnal publicou um vídeo como parte de seu curso “Bíblia com Karnal”, no qual abordou o tema do dom de línguas. Segundo ele, as manifestações comuns em cultos pentecostais — como balbucios e sons ininteligíveis — seriam um “delírio usado para enganar pessoas”.
Karnal argumenta que o fenômeno descrito em Atos dos Apóstolos refere-se a idiomas reais, falados por diferentes povos, e não a expressões espirituais sem sentido. Para ele, a prática moderna da glossolalia seria uma interpretação equivocada e emocionalmente manipuladora.
Repercussão entre cristãos evangélicos
A declaração gerou forte reação nas redes sociais e entre líderes evangélicos. Pastores pentecostais classificaram a fala como ofensiva e desrespeitosa à fé de milhões de cristãos que vivenciam o dom de línguas como uma experiência legítima com o Espírito Santo.
O pastor Cláudio Duarte, por exemplo, afirmou que “a crítica de Karnal revela desconhecimento espiritual e teológico”. Já o teólogo Augustus Nicodemus destacou que o dom de línguas é um tema complexo, que exige estudo bíblico profundo e respeito às diferentes tradições cristãs.
O que diz a Bíblia sobre o dom de línguas
O dom de línguas é mencionado em diversos textos bíblicos, especialmente em Atos 2, 1 Coríntios 12 e 1 Coríntios 14. Em Atos, os apóstolos falam em línguas estrangeiras após serem cheios do Espírito Santo, permitindo que pessoas de várias nações compreendam a mensagem.
Já nas cartas de Paulo, o dom é descrito como uma manifestação espiritual que pode edificar o indivíduo ou a igreja, desde que haja interpretação. Paulo também orienta que tudo seja feito com ordem e decência, evitando confusão nos cultos.
Fé, razão e respeito
O episódio levanta uma questão importante: como conciliar fé e razão em uma sociedade plural? Karnal, como pensador ateu, tem o direito de expressar suas opiniões. No entanto, quando essas opiniões tocam em práticas religiosas profundas, é necessário respeito e sensibilidade.
Para os cristãos evangélicos, o dom de línguas é uma experiência espiritual legítima, que não pode ser reduzida a delírio. A fé transcende a lógica humana e se manifesta de formas que nem sempre podem ser compreendidas por quem está fora da vivência cristã.
O papel da glossolalia na vida cristã
Milhões de cristãos ao redor do mundo relatam experiências com o dom de línguas como momentos de intimidade com Deus, intercessão profunda e fortalecimento espiritual. Igrejas pentecostais e carismáticas consideram essa prática como um dos sinais da presença do Espírito Santo.
Embora existam abusos e exageros, como em qualquer prática religiosa, isso não invalida a autenticidade da experiência para quem a vive com sinceridade e reverência.
Reflexão para os tempos atuais
Em tempos de polarização e intolerância, é essencial que o diálogo entre fé e pensamento crítico seja feito com humildade e abertura. A crítica pode ser saudável, mas nunca deve se transformar em desrespeito ou escárnio.
Como cristãos, somos chamados a defender a fé com mansidão, sem perder o amor e o respeito pelo próximo. A Bíblia nos ensina que “a resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Provérbios 15:1).
Conclusão: entre o Espírito e a razão
A fala de Leandro Karnal sobre o dom de línguas reacende um debate antigo entre fé e racionalidade. Para os cristãos evangélicos, é uma oportunidade de reafirmar a importância da experiência espiritual, sem abrir mão do estudo bíblico e da reflexão teológica.
Que possamos continuar vivendo a fé com verdade, discernimento e amor, respeitando as diferenças e testemunhando a ação do Espírito Santo em nossas vidas.
Versículo bíblico: “Porque aquele que fala em língua não fala aos homens, senão a Deus; pois ninguém o entende, e em espírito fala mistérios.” — 1 Coríntios 14:2
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