Liberdade em risco? Líderes cristãos no Quênia se opõem à regulamentação religiosa
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| Leon Neal/Getty Imagens |
Entenda o que está acontecendo no Quênia
Nos últimos dias, líderes cristãos quenianos se manifestaram fortemente contra um projeto de lei que visa regulamentar organizações religiosas no país. A proposta, conhecida como Religious Organisations Bill, acompanhada da Religious Organisations Policy, tem gerado preocupação entre pastores, bispos e representantes de diversas denominações evangélicas e pentecostais.
Segundo o portal Christian Daily, a Evangelical Association of Kenya (EAK) e a Church and Clergy Association of Kenya (CCAK) classificaram trechos da proposta como “inconstitucionais” e alertaram para o risco de interferência estatal na liberdade de culto.
O que diz o projeto de lei?
De acordo com fontes como o Eastleigh Voice, o projeto propõe a criação de uma Comissão de Assuntos Religiosos, responsável por supervisionar e registrar todas as organizações religiosas do país. A medida incluiria exigências como:
- Cadastro oficial junto ao governo;
- Prestação de contas financeiras anual;
- Revisão de doutrinas e práticas por órgãos estatais;
- Possibilidade de suspensão de atividades por “conduta imprópria”.
Essas exigências foram vistas por muitos líderes como uma ameaça direta à autonomia das igrejas, especialmente as independentes e pentecostais, que têm crescido exponencialmente no país.
Reações da comunidade cristã
Pastores de diversas regiões do Quênia se reuniram em Nairobi para entregar um memorando ao governo, exigindo a retirada ou revisão profunda do projeto. “Não podemos permitir que o Estado dite como adoramos”, afirmou o bispo David Mungatana, representante da Pentecostal Voices of Kenya.
Em entrevista ao Standard Media, o pastor Joseph Karanja declarou: “Essa proposta fere a Constituição e os princípios da fé cristã. A igreja deve ser livre para cumprir sua missão sem amarras políticas.”
O papel do presidente William Ruto
O presidente do Quênia, William Ruto, que se identifica como cristão evangélico, afirmou que garantirá que a legislação não infrinja a liberdade de culto. No entanto, líderes religiosos exigem mais do que promessas: querem garantias legais e a retirada imediata do projeto.
“Não basta dizer que respeita a fé. É preciso agir em defesa dela”, disse a reverenda Grace Wanjiru, que lidera uma rede de igrejas em Mombasa.
Por que isso importa para cristãos ao redor do mundo?
O caso queniano levanta um alerta global sobre a liberdade religiosa em tempos de crescente controle estatal. Embora o projeto alegue buscar transparência e evitar abusos, muitos temem que seja usado para silenciar vozes proféticas e limitar o crescimento das igrejas.
Em países onde o cristianismo é livre, como o Brasil, é essencial acompanhar esses movimentos e orar pelos irmãos que enfrentam perseguições institucionais. A liberdade de culto é um direito universal, mas precisa ser defendida constantemente.
O que podemos aprender com isso?
Como cristãos, somos chamados a ser vigilantes e a defender a fé com sabedoria. A tentativa de regulamentar a igreja pode parecer administrativa, mas pode esconder intenções de controle ideológico.
O apóstolo Paulo já alertava sobre isso em Gálatas 5:1: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a um jugo de escravidão.”
Liberdade religiosa é sagrada
O debate no Quênia é mais do que uma questão política — é um chamado à igreja global para defender o direito de adorar livremente. Que possamos estar atentos, interceder e apoiar nossos irmãos em oração e ação.
“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus.” – Mateus 5:10

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