Perseguição cristã na China se intensifica com prisão de líderes evangélicos
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| Xi Jinping, presidente da China |
Em mais um episódio alarmante de repressão religiosa, três líderes cristãos foram presos na China no início de novembro de 2025. Os pastores Lian Changnian, Lian Xuliang e a pregadora Fu Juan, da Igreja de Abundância em Xi’an, foram detidos sob acusações de fraude, em um contexto que especialistas classificam como perseguição religiosa disfarçada de processo legal.
Segundo a organização Portas Abertas, que monitora a liberdade religiosa em mais de 60 países, os líderes já haviam sido presos em julho deste ano e enfrentam agora novas acusações arbitrárias. A situação é agravada pela idade avançada e saúde debilitada de Lian Changnian, de 71 anos.
Repressão sistemática contra igrejas não registradas
A Igreja de Abundância é uma das muitas congregações evangélicas que operam fora do controle estatal, o que as torna alvo frequente de perseguições. O governo chinês exige que todas as igrejas estejam registradas e subordinadas ao Partido Comunista, o que implica em restrições à doutrina, à pregação e à liberdade de culto.
De acordo com a Gazeta do Povo, pastores e fiéis têm sido condenados por crimes como “destruição de propriedade” ou “fraude”, quando na verdade estão apenas resistindo à remoção de cruzes, à vigilância estatal e à interferência ideológica.
Mais de 30 líderes presos em outubro
O caso dos líderes da Igreja de Abundância não é isolado. Em outubro, pelo menos 30 pastores da Igreja Zion, uma das maiores congregações evangélicas não registradas da China, foram presos em uma operação nacional de repressão religiosa. A ação demonstra uma escalada preocupante na perseguição aos cristãos no país, que ocupa o 16º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2025 da Portas Abertas.
Reação da comunidade cristã internacional
Organizações missionárias, igrejas e intercessores ao redor do mundo têm se mobilizado em oração e denúncia. A Portas Abertas lançou uma campanha de intercessão pelos líderes presos e pela liberdade religiosa na China. “Precisamos ser a voz daqueles que não podem falar”, afirma um representante da organização.
Além da oração, há também ações diplomáticas e jurídicas sendo articuladas por entidades internacionais de direitos humanos. No entanto, o regime chinês mantém uma postura rígida e pouco receptiva às pressões externas.
O que podemos fazer como igreja?
Para os cristãos evangélicos brasileiros, a notícia é um chamado à intercessão, solidariedade e conscientização. Embora vivamos em um país com liberdade religiosa, é essencial lembrar que milhões de irmãos enfrentam perseguição diariamente.
Algumas formas de agir incluem:
- Orar regularmente pelos cristãos perseguidos
- Divulgar informações confiáveis sobre a situação
- Apoiar organizações missionárias que atuam em países fechados
- Participar de campanhas de cartas e petições por liberdade religiosa
Testemunhos que edificam
Apesar da dor, muitos cristãos perseguidos relatam experiências profundas com Deus. “Mesmo na prisão, sentimos a presença do Senhor”, disse um pastor chinês em carta divulgada pela Portas Abertas. Esses testemunhos nos lembram que a fé verdadeira resiste ao fogo da perseguição.
Em meio à repressão, a igreja chinesa continua crescendo, muitas vezes em ambientes subterrâneos, com reuniões secretas e discipulado silencioso. É uma fé que não depende de templos, mas de corações rendidos.
A liberdade que vem do alto
Enquanto líderes são presos e igrejas são fechadas, o evangelho continua avançando. A perseguição, embora dolorosa, tem sido instrumento de purificação e fortalecimento da igreja. Como cristãos livres, temos o dever de apoiar nossos irmãos e aprender com sua coragem.
Que essa notícia não seja apenas mais uma manchete, mas um convite à ação, à oração e ao compromisso com o Reino.
“Lembrem-se dos que estão na prisão, como se vocês mesmos estivessem presos com eles.” — Hebreus 13:3

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