“Achavam que era adoração, mas estava infartando no altar”: o relato da pastora que sobreviveu ao susto

Durante culto, pastora sofreu mal súbito que foi confundido com unção — hoje compartilha sua jornada de fé, cura e transformação
“Achavam que era adoração, mas estava infartando no altar”: o relato da pastora que sobreviveu ao susto

“Achavam que era adoração, mas estava infartando no altar”: o relato da pastora que sobreviveu ao susto

Durante culto, pastora sofreu mal súbito que foi confundido com unção — hoje compartilha sua jornada de fé, cura e transformação

Em um depoimento impactante ao blog Evangélicos da Folha de S. Paulo, a pastora Raquel Lima contou que seu infarto ocorrido enquanto ministrava o culto foi interpretado por muitas pessoas como manifestação espiritual. Ela relata que os fiéis acreditaram se tratar de “unção” ou “adoração profunda”, quando na verdade seu corpo sofria um momento de grave crise cardíaca. 

Hoje com cerca de 40 anos, Raquel esclarece que aquele episódio foi um divisor de águas: perdeu mais de 30 quilos, assumiu controle sobre sua saúde física e emocional, e reconstruiu seu ministério com honestidade e transparência.

O episódio no altar: fé e realidade se entrelaçam

Segundo o relato publicado, a pastora ministrava em culto quando subitamente sentiu fortes dores no peito. Ela afirma que, no momento, muitos presentes interpretaram sua reação como expressão espiritual intensa — lágrimas, tremores ou entrega interior. Contudo, o que ocorria era uma emergência médica: um infarto. 

Raquel disse que, à época, media cerca de 107 kg e enfrentava uma batalha silenciosa contra a compulsão alimentar, somada ao estresse e sobrecargas de ministério. “A igreja achava que era o poder de Deus, mas era um infarto”, disse ela em sua narrativa. 

A virada: fé, disciplina e superação

A partir desse evento dramático, a pastora passou por transformações profundas. Ela optou por não seguir pela via da cirurgia bariátrica, considerando que deveria enfrentar o problema com autocontrole, fé e disciplina. 

Gradualmente, adaptou seus hábitos alimentares, incorporou exercícios físicos e fez um trabalho espiritual concomitante de autoconhecimento. Como resultado, eliminou mais de 30 kg ao longo do processo, e compartilha nas redes sociais seu cotidiano de lutas, wins e reflexões.

Além disso, ela reconhece que sua compulsão alimentar não era apenas emocional, mas espiritual. “Aquilo que eu não tratava, eu comia. Gula é desobediência, é fazer do estômago um altar”, disse, citando 1 Coríntios 6:12 como inspiração para buscar domínio próprio. 

Repercussão e reflexões no meio evangélico

O relato de Raquel Lima gerou repercussão entre cristãos e lideranças religiosas por trazer à tona uma interseção delicada: **o que é espiritual e o que é físico** no serviço de Deus. Em muitos casos, manifestações corporais são atribuídas diretamente a unção, sem considerar a saúde do ministro.

Entender essa distinção é importante para que igrejas e pastores mantenham equilíbrio: não rejeitar manifestações espirituais, mas também cuidar do templo (o corpo) que o Senhor nos deu. O testemunho da pastora convida à sensatez e ao autocuidado, com respaldo bíblico e humano.

A saúde do líder como missão espiritual

É comum ver ministérios que cobram de seus líderes disponibilidade total, sem margem para descanso ou autocuidado. Porém, o depoimento da pastora Raquel mostra que o servo de Deus também é ser humano, sujeito a limites físicos e emocionais.

O apóstolo Paulo, em várias passagens, refere-se ao cuidado com o corpo enquanto instrumento do Senhor (por exemplo, 1 Coríntios 6:19). Cuidar da saúde do líder não deve ser visto como fraqueza, mas como sabedoria ministerial que preserva vidas e frutos.

Além dos números: testemunho que edifica

A jornada de Raquel Lima não é apenas sobre emagrecimento ou superação física — é sobre reconstrução de identidade, fé renovada e testemunho sincero. Sua vida espelha a verdade de que Deus permite desafios para formar caráter, promover cura e aproximar corações.

Ao compartilhar publicamente sua história — inclusive as partes mais dolorosas — ela abre caminho para que outras pessoas possam se sentir acolhidas em suas próprias lutas, sem vergonha de relatar vulnerabilidades.

O que parecia ser um momento sobrenatural aos olhos da congregação era, na realidade, um clamor do corpo pedindo socorro. Que essa história nos lembre da fragilidade humana e da necessidade de dependermos do Deus que cuida dos que servem. Que sejamos sensíveis ao equilíbrio entre fé e responsabilidade, sempre buscando a glória de Deus com sabedoria.


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